Lamentavelmente, hoje em dia está muito na moda falar de limites.
Mas chegou a hora de abandonar a soberba e o autoritarismo e se voltar para dentro de nós mesmos.
De investigar e encontrar o que não compartilhamos com as crianças, mas acima de tudo, o que nos negamos teimosamente a admitir.
Em geral, tem a ver com as limitações afetivas dos adultos, limitações que os impedem de se relacionar com a alma aberta. As crianças lhes pedem aos gritos que abandonem os disfarces, e se encarreguem de construir vínculos a partir da realidade emocional de cada um.
A maternidade e o encontro com a própria sombra, Laura Gutman
As crianças esperam, esperam eternamente que se desocupem para poder atendê-las com a cabeça e o coração inteiramente abertos a seus pedidos. Na vida cotidiana, esse instante nunca chega.
Ficar quietos ao lado de uma criança permite que a criança se aquiete sem riscos. As mães fazem exatamente o contrário: quando estão tranquilas, correm para preparar bifes à milanesa aproveitando que as crianças estão “entretidas”.
Então a criança interpreta: “Quando estou tranquila e brinco sozinha, perco minha mãe. Por conseguinte, se incomodo, reclamo, choro, minha mãe fica comigo.”.
A maternidade e o encontro com a própria sombra, Laura Gutman
Por estar a mãe vinculada a fatos ou relações que fogem ao seu alcance, mal percebem o que está acontecendo com todo o “barulho” que seu filho e até mesmo seu bebê, vem criando.
Não conseguem elaborar uma saída para todo o stress, noites mal dormidas, e desentendimentos que acabam por surgir.
Há casos nos quais as sugestões acima, podem ser facilmente aplicadas pela maioria das mães. No entanto, há mães que encontram-se perdidas em situações que não conseguem liberar, como mágoas e dificuldades com o pai, frustrações, doenças e impossibilidade de dedicar-se aos seus sonhos. As constelações familiares e o pensamento sistêmico, que mostra que tudo está interligado, podem ser de grande valia nesses casos.
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