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  • Dra. Carmem

Trauma de crianças no dentista: o que considerar, como tratar e superar

Atualizado: 17 de set. de 2019

Veja a série de vídeos: Soluções para o Trauma de Dentista em Crianças


































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Trauma de crianças no dentista não é algo desejado, portanto todos queremos que crianças tenham magníficas experiências num consultório dentário, melhores que as nossas como adultos, eu escuto sempre! Definir o que é uma boa ou má experiência, é portanto fundamental, para conseguirmos o que desejamos como pais e profissionais.

Basicamente, escutamos que a criança teve uma má experiência durante um procedimento médico ou no dentista, segundo algumas atitudes da criança, que devem ser consideradas:

-Chorou, até mesmo gritou; -Debateu-se, resistiu a pedidos e sugestões; -Não mostra interesse ou o mínimo desejo em voltar; -Vomitou e/ou perdeu o controle das eliminações fisiológicas; -Não teve uma boa noite de sono depois do episódio.

A partir de um evento desse, encontramos duas alternativas mais comuns. Na primeira situação, muitos pais mudam de profissional, descontentes com o comportamento de seus filhos, e de posturas profissionais; dizem pensar que seu filho está traumatizado.

A segunda situação, é quando o próprio profissional da área, sugere que a criança seja tratada sob efeito de sedação ou anestesia geral.

Com isso em mente, resolvi buscar tudo que encontrasse de autores consagrados sobre o tema, para que nossas ações fossem baseadas em fatos e estudos dignos de respeito.

Os resultados apresentados aqui, são o resultado de planejamento conjunto e  trabalho.



Mas afinal, o que é realmente o trauma emocional?



O trauma acontece quando uma experiência intensa toma de surpresa uma criança, como algo vindo do nada; ela oprimi a criança, deixando-a alterada e desconectada com seu corpo, mente e espírito. Todos os mecanismos para lidar com o evento foram em vão, e ela se sente tremendamente desamparada.

O Trauma é definido por seus efeitos no sistema nervoso de um indivíduo em particular, não através da intensidade das circunstâncias, por elas mesmas.

Mesmo a magnitude do agente estressante sendo um fator importante, ele por si só não define o trauma. Aqui a capacidade de resiliência, ou seja, a recuperação da criança é o fator primordial.

Portanto a má notícia é que o trauma é um fato da vida. E a boa notícia é que a resiliência também é.


Resiliência

Resiliência é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse, algum tipo de evento traumático, etc. – sem entrar em surto psicológico, emocional ou físico, por encontrar soluções estratégicas para enfrentar e superar as adversidades. (Wikipédia, a enciclopédia livre)


Vulnerabilidade

Trauma é portanto, uma situação em que a criança sente vulnerabilidade.



Autores como Levine e Vander Kolk afirmam que o trauma não está exclusivamente no acontecimento em si, e que podemos transformar uma situação difícil de acordo com a percepção que criamos para a criança.

Quanto mais o amor é percebido, maior a potência da intervenção.

Então, se conseguimos nos dedicar a apresentar para a criança uma experiência física que “contradiga” essa condição que seria de fato a situação debilitante, geramos o contrário, ou seja, autoestima, confiança, segurança e superação.

Autores como Levine e Vander Kolk afirmam que o trauma não está exclusivamente no acontecimento em si, e que podemos transformar uma situação difícil de acordo com a percepção que criamos para a criança.

Quanto mais o amor é percebido, maior a potência da intervenção.

Então, se conseguimos nos dedicar a apresentar para a criança uma experiência física que “contradiga” essa condição que seria de fato a situação debilitante, geramos o contrário, ou seja, autoestima, confiança, segurança e superação.



Capacidades inerentes à criança


Cada um de nós adultos, tem sua história, que foi gerada desde os nossos ancestrais. Por algumas coisas nos sentimos bem, satisfeitos, por outras nem tanto. Mas essa foi e continua sendo nossa história. Nossos filhos não precisarão passar pelas mesmas dores ou privações. Por isso, como pais e profissionais da área de saúde, buscamos auto aprimoramento e auto cuidado. Nossa realidade emocional é nossa, e cabe a nós adultos buscar o melhor de nós, no trato com as crianças. Ou seja, seu filho (a) pode ter muito mais capacidades do que você sequer imagina, basta permitir!


Vídeo: Capacidades inerentes às crianças




Como incentivá-las

Isso tudo posto, o que poderíamos fazer, para ativar os gatilhos de proteção, reconhecimento e segurança na criança?

Para superar o trauma, temos que ter experiências físicas que contradigam o que o corpo aprendeu – Van der Kolk

Vídeo: Exemplo de comunicação com bebê


Nós seres humanos, e em especial os mais jovens, não perdem sua resiliência com o uso. Pelo contrário, temos a capacidade de verdadeiramente construir e aumentar nossa resiliência na medida que encaramos as dificuldades da vida.

Crianças resilientes tendem a ser corajosas, abertas e curiosas na medida em que exploram o mundo com vigor. Quando crianças resilientes encontram as forças da natureza ou dificuldades da vida, têm a tendência de serem mais abertas a outras crianças e desfrutarem de compartilhar com elas. Ao mesmo tempo, são capazes de colocar barreiras ou limites para seu próprio espaço e pertences. Ao contrário do que muitos dizem, tornam-se mais fortes, e não intimidadas. Estão em contato com seus sentimentos, expressando e comunicando-os de forma adequada para a idade. E acima de tudo, possuem uma capacidade tremenda de superação, quando coisas difíceis acontecem, desde que sejam apoiadas adequadamente.

Tratamentos dentários e médicos em geral: prevenindo o trauma emocional




Ao longo dos últimos 35 anos de atendimento a crianças, desenvolvemos paulatinamente o que poderiam ser chamados de “Protocolos para comunicação e tratamento de bebês, crianças e pais para intervenções em consultórios: antes, durante e depois”. A idéia básica é a de que quando nos sentimos vulneráveis, nos beneficiamos demais, por sentir-nos conectados a uma pessoa tranquila, que é segura do que precisa ser feito, e capaz de transmitir um sentimento de compaixão.

Seu filho se sentirá seguro se ele perceber que você é forte o suficiente para estar com ele. É assim que você pode ser não apenas treinado, mas sentir-se como tal. Embora ele demonstre descontentamento, caso você se posicione durante o atendimento de maneira que ele o percebe em seu eixo, responderá comunicando-se com o profissional o tempo que durar o atendimento e além.



Vamos aos fatos


Uma conversa inicial abrangente sobre a criança, os hábitos e as expectativas da família, além de um exame clínico da boca, é o início de tudo. E isso leva tempo e dedicação de todos. Uma consulta desse tipo, ocupa normalmente uma hora e trinta e cinco minutos. Nesse espaço, são considerados além desses aspectos, a condição física e emocional de todos, inclusive dos pais. Situações como acidentes, traumatismos, dor, abscessos e tratamentos anteriores determinarão as primeiras condutas e sugestões.

Não há um protocolo pronto que pode ser aplicado como um livro de condutas, apenas uma gama de atitudes que foram sendo estudadas e observadas como eficazes ao longo do tempo. Essa é a diferença. Independentemente de você acreditar ou não que seu filho seja possível de ser tratado, ele tem características comuns aos seres humanos, que já foram estudadas pelas mais diversas áreas do conhecimento. A experiência pessoal com crianças e famílias, vai afinal delinear os resultados.


Vídeo: Condicionamento e Comunicação Sofia Scarlet



Caso seja profissional da área e quiser saber mais sobre nossa técnica, envie um e-mail com seus temas de  interesse para: doutora.carmem@clinicaamai.com.br


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